Projeto de Pós-Doutorado
Pós-Doutoranda: Rita de Cássia de Almeida Castro
Supervisora: Ana Cristina Colla
Nome completo do Projeto: Tempos oníricos: jornada em conexão com ancestralidades imaginais
Brasília, planalto central, primavera de 2023, era pós-pandêmica. Quais são as inquietudes e movências destes tempos? Durante todo o período de pandemia da covid-19, eu me conectei com o Ciclo Selvagem: “estudos sobre a vida, que articula conhecimentos, a partir de abordagens indígenas, acadêmicas, científicas, tradicionais e de outras espécies”, como eles mesmos se apresentam no site do coletivo, concebido por Anna Dantes e orientado por Ailton Krenak. As escutas das conversas sobre o ciclo dos sonhos e o ciclo das plantas abriram indagações e reverberações que me colocaram mais atenta à terra e à natureza. Desencadeou uma vontade de me deslocar para lugares no planeta mais próximos às matas, de fazer caminhadas por vales, rios e montanhas. E, ao mesmo tempo, dar uma atenção maior ao jardim de casa, ao plantio, ao cultivo, fortalecer um cotidiano mais ligado aos ciclos da natureza. Adentrar, um pouco mais, dimensões ritualísticas, de cura, de cultivo, de cuidado de si, em um processo de atenção comigo mesma e de aprendizados de procedimentos para desdobrar na relação com os estudantes de artes cênicas na Universidade de Brasília, nesta época com tantas doenças psíquicas expressas nos coletivos das salas de aula. E, ao mesmo tempo, ampliar a escuta para as dimensões não humanas da existência no planeta Terra. Proponho assim, realizar um pós-doutorado junto ao grupo Lume, em Campinas, com supervisão da Ana Cristina Colla, de fevereiro de 2024 a janeiro de 2025. Uma experiência que inclui jornadas imersivas, com o seitai-ho, em SP, sob orientação da Ciça Ohno e Toshi Tanaka, também com o grupo Tahibune/UEA, em Manaus, sob orientação do Luiz Davi Vieira Gonçalves, bem como com o coletivo do analista junguiano Sven Dohner, no México. O intuito é estimular uma ampliação nos modos de percepção, uma maior conexão com o campo imaginal e a criação de performances na natureza, na relação com um cristal que, desde 2016, tem me acompanhado em ações poéticas.