Núcleo interdisciplinar de pesquisas teatrais da Unicamp

Projeto de Produtividade - CNPq

Presença Pensada e Presença Praticada

COORDENAÇÃO: Renato Ferracini

A presença cênica não é um atributo do ator. Se assim fosse, a definição lugar-comum valeria: a presença é uma habilidade técnico-corporal e energética capaz de “prender” a atenção do público. Essa, definitivamente, não é a definição de presença cênica que trabalhamos no LUME. Quando afirmamos que “doar é um verbo bitransitivo” (Ferracini, 2001) salientamos que qualquer ação física – base geradora da presença cênica para o ator – somente tem sentido se ela for composta por uma seta de mão dupla, ou seja, se ela estimular uma co-experiência poética – portanto criativa – entre ator/público/espaço/tempo. Qualquer ação física/presença cênica, nesse sentido, gera uma rede afetiva e, portanto, é sempre coletiva. Hoje, no LUME, sabemos que para refletirmos sobre o conceito de presença cênica de uma forma mais potente (ao menos dessa forma coletiva, relacional e co-criativa) devemos pensá-lo atrelado a um conjunto de práticas realizadas a partir de outros parâmetros conceituais de corpo. Como, então, repensar o conceito de corpo para ressignificarmos o conceito de presença?